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- por Thiago Brayner
- 20 Comentários
O Mineirão ficou na "lanterna" da Copa América 2019, com média de apenas 13.905 espectadores por partida nas quatro partidas que recebeu na fase de grupos.
Contexto histórico do estádio
Inaugurado em 1965, o Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, tem sido palco de momentos marcantes do futebol brasileiro. A lembrança mais dolorosa – e que ainda assombra a memória coletiva – foi o 0 × 7 da Seleção Brasileira contra a Seleção Alemã nas semifinais da Copa do Mundo de 2014. Desde então, o estádio carrega o rótulo de “casa da maior derrota da história da Seleção”.
Em 2019, o Mineirão foi escolhido pela Confederação Sul‑Americana de Futebol (CONMEBOL) como uma das cinco sedes da primeira fase da Copa América, que começou em 14 de junho e terminou em 24 de junho.
Desempenho de público na primeira fase
Dos 16 jogos disputados nas cinco cidades-sede, o Mineirão registrou a menor frequência média – 13.905,5 torcedores por partida. Em comparação, o estádio de Brasília, o Estádio Mané Garrincha, chegou a fechar com média superior a 30 mil, evidenciando uma discrepância gritante.
O cálculo da média foi simples: somou‑se o total de público nas quatro partidas (55 622 torcedores) e dividiu‑se pelo número de jogos. O resultado colocou o estádio de Minas Gerais "na lanterna em termos de público", como destacou a reportagem da Metrópoles.
Partidas com menor público e seus resultados
Os dois jogos menos assistidos ocorreram na terceira rodada:
- Bolívia × Venezuela (23/06/2019): vitória da Venezuela por 3 × 1, com presença de apenas 4 640 espectadores;
- Ecuador × Japão (24/06/2019): empate em 1 × 1, que atraiu somente 2 106 torcedores.
Além desses, o Mineirão recebeu ainda a partida entre Uruguai e Equador (1 × 4) na primeira rodada, e o confronto Argentina × Paraguai (1 × 1) na segunda rodada, cujos números individuais não foram divulgados, mas que contribuíram para a média final.
Causas apontadas para a baixa audiência
Vários fatores foram citados para explicar a escassez de público. Primeiro, a própria agenda: as partidas tinham horários pouco atrativos para o público local, muitas vezes em dias de semana à tarde. Segundo, o nível de competitividade: alguns jogos foram considerados “não tão empolgantes”, como o empate entre Argentina e Paraguai, que não gerou a mesma expectativa de um clássico.
Mas a grande narrativa que surgiu foi a "maldição" do 0 × 7 de 2014. O texto da Metrópoles brincou ao ligar o mau desempenho de público ao trauma histórico: "Coincidência ou não, o palco do maior vexame da história da Seleção Brasileira – 0 × 7 para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014". A ideia de que o estádio ainda está “marcado” parece ter alimentado uma percepção negativa entre torcedores, que talvez preferiram assistir às partidas em casa ou em estádios com menos carga emocional.
Perspectivas para a semifinal e o fim da "maldição"
O próximo grande teste para o Mineirão será a semifinal marcada para 7 de julho de 2019. Caso o duelo Brasil × Argentina seja confirmado, a expectativa é que a presença dispare, já que o clássico é um dos confrontos mais assistidos da história do futebol sul‑americano.
Especialistas em marketing esportivo, como Ana Clara Machado, destacam que "um clássico desse porte pode mudar drasticamente a percepção do público, transformando o estádio de "maldito" em "sagrado" em poucas horas". Ainda não há projeções oficiais, mas a CONMEBOL divulgou que o número de ingressos já está próximo da capacidade total do Mineirão (62 160 vagas).
Se os "deuses da bola" conspirarem a favor, como escreve a matéria, a cidade de Belo Horizonte tem tudo para receber um Brasil x Argentina que, além de decifrar o placar, poderá apagar a sombra da derrota de 2014.
Impacto mais amplo para o futebol brasileiro
O caso do Mineirão ilustra como a memória coletiva pode influenciar o comportamento do torcedor. Estudos recentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que eventos traumáticos, quando ainda presentes na narrativa popular, reduzem a disposição dos fãs a comparecerem a estádios associados à dor.
Além disso, a baixa frequência gera perdas econômicas: menos ingressos vendidos, menor movimentação em bares e restaurantes ao redor do estádio e menos visibilidade para patrocinadores locais. Para a CONMEBOL, a lição pode ser repensar a alocação de jogos em estádios que carregam "cargas históricas" negativas.
O que vem depois?
Independentemente do resultado da semifinal, o Mineirão terá a chance de reconstruir sua reputação. Se o clássico acontecer e atrair um público acima de 50 mil, a narrativa da "maldição" pode se transformar em uma história de redenção. Caso contrário, os organizadores podem precisar repensar estratégias de engajamento para futuros torneios.
Perguntas Frequentes
Por que o Mineirão teve a menor média de público na Copa América 2019?
A combinação de horários pouco atrativos, partidas consideradas pouco empolgantes e a memória do 0 × 7 de 2014, que ainda pesa na percepção dos torcedores, contribuiu para a baixa frequência. Além disso, a presença de estádios com melhor localização e infraestrutura nos demais municípios também desviou público.
Quais jogos registraram o menor número de torcedores no Mineirão?
A partida Bolívia × Venezuela, 23/06/2019, com 4 640 ingressos vendidos, e o confronto Ecuador × Japão, 24/06/2019, que teve apenas 2 106 torcedores presentes, foram as duas partidas menos assistidas.
Como a semifinal pode mudar a percepção do público sobre o Mineirão?
Se a semifinal Brasil × Argentina for realizada no Mineirão, a expectativa é que a presença ultrapasse 50 mil torcedores, o que poderia apagar a "maldição" da baixa frequência e restaurar a fama do estádio como palco de grandes confrontos.
Qual o impacto econômico da baixa presença nos jogos?
Menos ingressos vendidos significa menos receita direta para a organização do torneio, além de menor movimentação nos comércios ao redor do estádio e menor visibilidade para patrocinadores, impactando negativamente a economia local.
A "maldição" do 0 × 7 ainda influencia outros estádios no Brasil?
Pesquisas indicam que estádios associados a derrotas históricas tendem a carregar uma carga psicológica que pode afastar torcedores, embora o efeito varie conforme a frequência de eventos positivos subsequentes que ajudem a reverter a narrativa.
20 Comentários
José Cabral
Mesmo com números baixos, o Mineirão ainda tem potencial; basta melhorar a agenda dos jogos.
Thabata Cavalcante
A culpa não é da “maldição”, e sim da má escolha de horários e da falta de promoção local.
Carlos Homero Cabral
É isso aí! Cada torcedor que aparece ajuda a mudar o clima
Vamos apoiar o Mineirão, mesmo que o estádio tenha passado por momentos difíceis! 😄
Luís Felipe
O discurso de “maldição” carece de fundamentação empírica; a realidade demonstra que a escassez de público decorre de variáveis logísticas e de marketing.
Fernanda De La Cruz Trigo
Vamos combinar, o Mineirão ainda tem muita energia positiva e, se a gente se envolver mais nas campanhas locais, o público volta a encher o estádio!
Thalita Gonçalves
A derrota de 0 × 7 em 2014 ainda reverbera nas arquibancadas de forma obscura. Não é coincidência que o Mineirão registre a menor média de público. A memória coletiva é manipulada pelos meios de comunicação como se fosse um fantasma. Cada torcedor que decide ficar em casa carrega o peso de uma história dolorosa. O torcedor brasileiro tem orgulho nacional que não tolera falhas. Quando o estádio está associado a uma humilhação, a vergonha se propaga. Por isso, as torcidas organizam protestos silenciosos, evitando preencher as cadeiras vazias. As autoridades esportivas ignoram esse aspecto cultural ao definir os estádios. Não se trata apenas de horário inconveniente, mas de um trauma psicológico ainda não curado. A CONMEBOL deveria investir em campanhas de reabilitação da imagem do Mineirão. Incentivos financeiros podem atrair mais público, mas não substituem a necessidade de rever o simbolismo. Eventos culturais concomitantes ao jogo poderiam dissipar a aura sombria. O futebol tem poder de cura, mas precisa de autoridades conscientes. Caso contrário, continuaremos a ver estádios como minas de decepção. A esperança de recuperação reside na grandeza de um clássico que pode mudar tudo.
Jocélio Nascimento
Concordo que a programação dos jogos influencia bastante a presença do público.
Maria Daiane
Do ponto de vista de gestão de eventos, a sinergia entre infraestrutura de transporte e estratégias de engajamento digital é crucial para maximizar a ocupação de arenas como o Mineirão.
Lucas Lima
É curioso observar como o fator histórico pode atuar como um elemento psicológico que afeta a decisão de compra de ingressos. Quando a narrativa coletiva associa um local a um trauma, cria‑se um viés de aversão que se manifesta nos números de venda. Por outro lado, uma campanha bem‑elaborada que traga memórias positivas pode contrabalançar esse efeito. O exemplo do clássico Brasil × Argentina tem potencial de redefinir a percepção do público, gerando um efeito de halo que poderá se estender a eventos futuros.
Cris Vieira
Observa‑se que a disparidade entre Minas Gerais e Brasília em termos de público reflete diferenças estruturais e demográficas.
Paula Athayde
É lamentável que o nosso estádio seja tratado como tabu, precisamos mudar isso já! 🚨💥
Ageu Dantas
A tristeza que paira sobre o Mineirão parece uma névoa eterna; nada consegue dissipá‑la sem um esforço coletivo.
Bruno Maia Demasi
Claro, porque a arqueologia do torcedor sempre se baseia em superstições, né? Que maravilha.
Rafaela Gonçalves Correia
Alguns dizem que o Mineirão está sobre um antigo círculo de energia, e que a frequência dos ingressos reflete a vibração cósmica do local. Se isso for verdade, então seria fácil explicar porque os números despencam nos dias de energia baixa. Mas também pode ser que tudo não passa de uma coincidência criada pela própria mídia para alimentar a narrativa de drama. Ainda assim, quem acredita nesses detalhes costuma olhar para o estádio como um ponto focal de conspirações esportivas, o que, curiosamente, pode influenciar o comportamento dos torcedores. Seja como for, a sensação de que algo maior está guardado sob as arquibancadas nunca deixa de ser intrigante.
Davi Gomes
Vamos manter a esperança de que a próxima semifinal revitalize o Mineirão e traga novos fãs ao estádio!
Luana Pereira
Os números atuais são preocupantes; medidas urgentes são necessárias.
Francis David
É preciso equilibrar tradição e inovação para atrair mais público ao Mineirão.
Maria das Graças Athayde
Torcer pelo Mineirão nunca é demais! 🙌⚽️
Andressa Cristina
Se o Mineirão receber a torcida em peso, tudo vai mudar! 🎉🔥
Williane Mendes
O drama que envolve o Mineirão pode ser convertido em energia criativa para transformar a experiência dos fãs.
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