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- por Thiago Brayner
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Decisão da CPMI sobre Nelson Wilians
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS decidiu, na última quinta‑feira (25/09/2025), aprovar o pedido de prisão preventiva contra o advogado Nelson Wilians e autorizar a quebra de seu sigilo bancário e fiscal. A decisão será enviada ao Supremo Tribunal Federal para que o tribunal dê o aval final. Wilians foi alvo de buscas da Polícia Federal em São Paulo no dia 12 de setembro, dentro da operação que investiga um esquema de desvio de recursos da Previdência Social.
Durante o depoimento à comissão na semana anterior, o advogado se recusou a prestar juramento de dizer a verdade e evitou responder a quase todas as perguntas dos parlamentares, embora negasse qualquer envolvimento nas fraudes que afetam o INSS. A CPMI ainda solicitou relatórios de Inteligência Financeira (RIF) ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e requisitou análises detalhadas das movimentações bancárias suspeitas.

Repercussões, outras convocações e debate legislativo
Além de Wilians, a comissão emitiu convocações para figuras ligadas ao esquema. Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer – Confederação Nacional de Agricultores Familiares – recebeu sete requerimentos. José Laudenor, empresário associado ao ex‑ministro José Carlos Oliveira, também foi intimado a comparecer.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil‑AL), apontou que as investigações da Polícia Federal e da Controladoria‑Geral da União indicam possíveis conexões entre a agência de advocacia de Wilians e empresas acusadas de desviar recursos previdenciários. Também foi pedido à Polícia Federal um relatório completo da Operação Sem Desconto, que está sendo analisado pelo Coaf sob a presidência de Ricardo Andrade Saadi.
Em paralelo, parlamentares discutiram um projeto de lei que visa reforçar a autonomia da CPMI, estabelecendo que suas investigações não ficam subordinadas a decisões judiciais ou do Ministério Público. A proposta surgiu após críticas a decisões do STF que concederam habeas corpus a testemunhas citadas pela comissão.
Os advogados de defesa de Nelson Wilians, Santiago André Schunck e Guilherme Luiz Altavista Romão, emitiram comunicado afirmando colaboração com todas as autoridades competentes e ressaltando que esperam que qualquer medida futura respeite integralmente a Constituição e as garantias fundamentais.
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