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- por Thiago Brayner
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O Interncional precisava vencer. O Beira-Rio também. Pressionado por uma sequência sem triunfos e pela eliminação na Libertadores, o time gaúcho bateu o Fortaleza por 2 a 1 na noite de 31 de agosto, pela 22ª rodada, e ganhou um respiro no campeonato. Com gol de pênalti de Alan Patrick, resposta rápida de Lucca Prior e o golpe final de Vitinho no início da etapa final, o Inter segurou um resultado que vale mais do que três pontos: vale alívio e confiança.
O Fortaleza, por sua vez, saiu de Porto Alegre com mais perguntas do que respostas. Em penúltimo lugar antes da bola rolar, o time cearense até competiu, mas faltou transformar volume em chances claras no segundo tempo. A derrota mantém a urgência por reação imediata na luta contra o Z-4.
O jogo: pressão inicial, empate relâmpago e gol que mudou o humor
O cenário pré-jogo já indicava tensão. O Inter vinha de quatro partidas sem vitória somando Brasileirão e Libertadores, e a cobrança sobre Roger Machado crescia. Com o estádio empurrando, o time da casa buscou um início forte, tentou acelerar pelos lados e aproximar Alan Patrick da área. A recompensa veio aos 24 minutos: pênalti marcado pela arbitragem e cobrança firme do capitão para abrir o placar.
O gol não desmontou o Fortaleza. O time visitante adiantou linhas, incomodou a saída de bola colorada e aproveitou um erro no meio-campo para empatar aos 31, com Lucca Prior, que apareceu bem na área para completar a jogada. O 1 a 1 recolocou tudo no zero mentalmente e esfriou o embalo do Beira-Rio por alguns minutos.
Até o intervalo, o Inter tentou retomar o controle, com mais posse e paciência para circular a bola entre zagueiros e volantes, enquanto o Fortaleza ameaçava nos contra-ataques. Faltou capricho no último passe para os dois lados. Era um jogo de nervos, em que qualquer detalhe poderia inclinar a balança.
Na volta do vestiário, o detalhe apareceu cedo. Aos 51 minutos, Vitinho partiu com espaço, atacou o corredor e bateu cruzado para fazer o gol da vitória. Não foi uma pintura, mas foi o chute que a partida pedia: simples, direto e no momento certo. Dali em diante, o Inter soube reduzir riscos, baixou o ritmo quando precisou e tentou matar o relógio com posse e faltas técnicas no campo de ataque.
O Fortaleza tentou reagir com mais amplitude e cruzamentos, chamando os zagueiros colorados para a disputa pelo alto. A defesa do Inter, que vinha oscilando nas últimas semanas, respondeu com cortes precisos e boa proteção na entrada da área. Quando o time cearense encaixou alguma combinação por dentro, faltou última bola ou arremate limpo.
Nos minutos finais, a administração do resultado falou mais alto. O Inter tratou de empurrar o jogo para o lado, prendeu o adversário longe da sua área e celebrou um triunfo que interrompeu a sequência ruim. Foi aquele tipo de vitória que não vira pôster, mas muda o clima no vestiário.

O que muda: tabela, confiança e a batalha contra o Z-4
Na prática, o Inter soma três pontos que o tiram da sombra imediata da parte de baixo e o colocam mais próximo do bloco intermediário. Antes da rodada, o time tinha 24 pontos; com a vitória, chega a 27 e ganha respiro para trabalhar a semana. Não dá para projetar salto na classificação sem os demais resultados, mas dá para dizer que o alívio é real e necessário.
Para Roger Machado, o resultado diminui a pressão que vinha crescendo após a eliminação na Libertadores para o Flamengo nas oitavas. O time ainda precisa de constância, mas o recado em campo foi claro: competitividade, intensidade e eficiência nos momentos-chave. Alan Patrick voltou a ser decisivo e Vitinho entregou profundidade, duas peças que, quando funcionam juntas, mudam o nível ofensivo do Inter.
Do lado do Fortaleza, a situação segue delicada. O time entrou na rodada em 19º e carregava uma sequência de tropeços. O desempenho em Porto Alegre teve bons recortes – organização sem a bola, resposta rápida ao 1 a 0, coragem para adiantar linhas –, mas faltou o que decide: transformar pressão em chances claras no segundo tempo. Em uma briga de longo curso contra o rebaixamento, não aproveitar os momentos da partida cobra a conta.
O duelo também mostrou ajustes que cada lado precisa perseguir. O Inter, quando sofre o empate, sente o jogo emocionalmente e recua demais; a vitória ajuda a curar esse reflexo. O Fortaleza precisa qualificar a última bola: ou o cruzamento encontra alguém, ou a infiltração pelo meio precisa de mais gente pisando a área.
Em termos de leitura tática, houve alguns pontos marcantes. O Inter foi melhor quando aproximou Meia e pontas, encurtando o campo para acelerar as tabelas. O Fortaleza criou seus melhores minutos quando prendeu os laterais colorados e atacou o espaço entre zagueiro e lateral. Nos dois casos, a execução pesou mais do que o desenho.
- Pênalti convertido por Alan Patrick aos 24’ abriu o caminho para o Inter.
- Empate rápido de Lucca Prior aos 31’ manteve a partida aberta até o intervalo.
- Gol de Vitinho aos 51’ definiu o placar e mudou o humor no Beira-Rio.
- Inter administrou bem a reta final, com menos riscos e mais posse.
- Fortaleza competiu, mas esbarrou na criação de chances claras após o 2 a 1.
Em campeonato longo como o Brasileirão 2025, noites como essa costumam valer como virada de chave. O Inter precisava de um norte e encontrou. O Fortaleza precisava de um ponto para estancar a sangria e não conseguiu. A próxima rodada vira, então, um teste de maturidade para os dois: um para consolidar o passo adiante; o outro, para reagir já. O relógio não para e a tabela não perdoa.
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