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- por Thiago Brayner
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A Disney acabou de confirmar um dos maiores remanejamentos da sua estratégia de vídeo sob demanda. A partir de 8 de outubro de 2025, o hub Hulu substituirá a marca Star em todas as regiões onde o Disney+ está presente, inclusive no Brasil. O anúncio surge depois que a Disney comprou a última fatia de participação da Comcast na Hulu, abrindo caminho para levar o nome americano a mercados internacionais.
O que muda com a substituição da Star pela Hulu?
Desde 2021, a Star funcionava como a “caixa preta” do Disney+, guardando conteúdos mais adultos, séries polêmicas e filmes que não se encaixavam na linha familiar da marca principal. Na América Latina, a Star chegou a ter seu próprio aplicativo – o Star+ – que acabou sendo descontinuado em 2024, migrando todo o seu catálogo para o Disney+. Agora, a mudança será sobretudo visual: o logotipo da Star desaparecerá e será substituído pelo da Hulu.
Para quem acompanha as últimas produções, a transição não trará surpresas drásticas. Programas como Predator: Prey e A Murder at the End of the World, que já são lançados simultaneamente no Brasil, continuarão a aparecer da mesma forma. A diferença está na identidade da plataforma: a Disney quer que o nome Hulu passe a ser reconhecido como o selo de entretenimento adulto e de alta qualidade dentro do Disney+.
A Hulu, nos Estados Unidos, tem se consolidado como um dos principais concorrentes de Netflix e Amazon Prime, oferecendo séries aclamadas como Paradise, The Bear e The Handmaid's Tale. No futuro próximo, a própria Hulu deixará de existir como serviço separado nos EUA, sendo totalmente absorvida pelo Disney+. O objetivo final da Disney é ter apenas um aplicativo – o Disney+ – que carregue diferentes “hub” de conteúdo segundo o público-alvo: infantil, familiar ou adulto.
Essa estratégia de unificação tem três pilares claros: simplificar a jornada do usuário, reduzir custos de manutenção de múltiplas plataformas e apresentar uma marca única e forte em escala global. Ao alinhar todas as ofertas sob o mesmo teto, a Disney pretende criar uma experiência consistente, independentemente do país onde o assinante esteja.

Impactos para os assinantes brasileiros
Para o público brasileiro, a troca traz mais mudanças estéticas do que operacionais. O catálogo da Star já está integrado ao Disney+, então nada será tirado de repente. O que pode mudar são as telas de navegação, os banners promocionais e, possivelmente, a maneira como as recomendações são apresentadas.
Entretanto, é importante lembrar que nem todo conteúdo será lançado simultaneamente no Brasil. Questões de licenciamento, acordos de exclusividade com outras plataformas e o tempo necessário para dublagem ou legendagem ainda podem gerar atrasos. Por exemplo, um série novinha em folha que estreia nos EUA em um domingo pode levar alguns dias ou até semanas para aparecer com áudio em português.
Outra questão que segue em aberto são os preços. Até o momento, a Disney não anunciou reajustes específicos para o Brasil, mas a unificação dos serviços pode abrir espaço para novos pacotes ou opções de assinatura que combinem filmes, séries e conteúdos ao vivo de forma diferente.
Em termos práticos, quem já paga pelo Disney+ continuará pagando o mesmo valor – a menos que a empresa decida reorganizar os planos. O que muda é a identidade visual e a sensação de estar dentro de um ecossistema maior. A promessa da Disney é que o “selo Hulu” traga mais conteúdo adulto de qualidade, sem comprometer a curadoria que a plataforma tinha desenvolvido nos últimos anos.
Vale ainda observar que a comunicação oficial da Disney reforçou que a migração será “gradual” e que os usuários receberão notificações dentro do aplicativo antes de qualquer mudança. Assim, não há risco de perda de conta ou necessidade de criar um novo login.
Em suma, a chegada da Hulu ao Brasil representa um movimento estratégico da Disney para consolidar sua presença global no mercado de streaming. A mudança traz mais coesão de marca e potencializa a oferta de conteúdos adultos, enquanto mantém o nível de serviço que os assinantes brasileiros já conhecem. Resta acompanhar como a empresa vai lidar com licenças e localização, mas, por ora, a transição deve ser suave e sem grandes surpresas para o consumidor.
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