Flamengo avança à semifinal da Libertadores e treinador admite desempenho aquém do ideal

Classificação dramática contra o Estudiantes

Na noite de quinta‑feira, 25 de setembro, o Flamengo superou o Estudiantes em uma disputa de pênaltis que definiu a vaga nas semifinais da Copa Libertadores. O duelo, realizado no Estádio Ciudad de La Plata, terminou empatado em 2 a 2 no placar agregado, depois que o time brasileiro perdeu 1 a 0 no tempo regular da partida de volta, após ter vencido 2 a 1 no Maracanã.

Com a balança de gols desfavorável, o confronto foi decidido nos tiros alternados. O arqueiro do Flamengo, Gabriel Batista, fez duas defesas decisivas, enquanto o camisa 10 argentino, Matías Sosa, desperdiçou seu pênalti. Quando o último chute do brasileiro acertou o fundo da rede, a torcida rubro‑negra celebrou a classificação que manteve viva a tradição do clube na maior competição de clubes da América do Sul.

Na entrevista coletiva que se seguiu, o técnico Filipe Luís não escondeu a sensação de alívio, mas também apontou para a disparidade entre o que o clube entregou e o que poderia ter oferecido. "É um tipo de partida que não é fácil, são quartas de final da Libertadores. Pode ser que amanhã apareça a manchete ‘Flamengo avança, mas…’, porque sempre tem um ‘mas’. Mas a única manchete que tem que ficar é ‘Flamengo está nas semifinais’", disse.

O treinador ressaltou ainda que a vitória nos pênaltis demonstra a eficiência nas situações de pressão, mas que o futebol coletivo ainda apresenta falhas defensivas que foram expostas no segundo tempo argentino. "A partida tem 180 minutos, avançamos nos pênaltis e, se avançamos, merecemos avançar. Sou muito grato. Desde 2019 vivo momentos incríveis aqui, sinto que este clube é especial", completou.

Desafios rumo à semifinal contra o Racing

Com a vaga garantida, o próximo adversário do Flamengo será o Racing Club, equipe da Argentina que chegou à última fase após vencer o São Paulo nas quartas. Filipe Luís já apontou a necessidade de adaptar o ritmo de jogo ao estilo argentino, conhecido por sua intensidade física e tática aguçada.

"Cada equipe tem uma história, um contexto diferente. A verdade é que os times argentinos são muito competitivos. O primeiro ponto é estar à altura dessa intensidade. Contra o Racing será o mesmo que aqui, muita pressão e pouco espaço", afirmou o técnico.

O treinador ainda destacou a importância de corrigir a troca de passes que falhou na partida de La Plata. A falta de circulação rápida permitiu que o Estudiantes controlasse o meio‑campo nos momentos críticos. "Precisamos melhorar a saída de bola, ser mais incisivos nos contra‑ataques e evitar erros individuais que podem custar gols", explicou.

Em termos de preparo físico, o elenco rubro‑negro volta a treinar intensamente neste fim de semana. O preparador físico, André Silva, programou sessões específicas de explosão e resistência, já que os confrontos contra equipes argentinas costumam exigir corridas de alta velocidade e marcações agressivas.

Do ponto de vista tático, Filipe Luís indicou que pode optar por um esquema de 4‑3‑3 mais equilibrado, com um meio‑campo compacto que ajude na marcação pressiona‑dupla, enquanto os pontas recebem liberdade para explorar as laterais. O objetivo, segundo ele, é “impedir que o Racing domine a posse e criar oportunidades vinda das transições rápidas”.

Historicamente, o Flamengo acumula oito participações nas semifinais da Libertadores, com duas conquistas (2019 e 2022). A experiência acumulada pelos jogadores mais veteranos, como Gabriel Barbosa e Arrascaeta, será fundamental para lidar com a pressão de um clássico sul‑americano.

Por fim, o treinador ressaltou a necessidade de manter a disciplina dentro de campo. "Não basta apenas ter talento, precisa de postura, foco total nos 90 minutos e nos pênaltis, caso cheguem. O Racing tem o mesmo DNA de luta que o Estudiantes, então não podemos subestimar ninguém", concluiu, preparando o time para o próximo grande desafio da temporada.